A palavra
apócrifo significa “o que está oculto” e já ganhou diversas conotações ao longo
da história. Hoje
ela significa ‘falso’ e identifica, para mencionarmos apenas os principais,
mais de 40 manuscritos, quais sejam:
No
AT: Adão, Enoque, Lameque, Os Doze Patriarcas, A
Oração de José, Eldade e Medade, O Testamento de
Moisés, A Ascenção de Elias, O Apocalipse de Sofonias, O Apocalipse de
Zacarias, O Apocalipse de Esdras, História de João Hircano, O Apocalipse de
Baruque, O Livro dos Jubileus, Livro de Lendas e Mágicas, Epístolas de Jeremias
e Os Livros Sibilinos.
No
NT: Itinerário de Paulo, Itinerário de Pedro,
Itinerário de João, Itinerário de Tomé, Didaché, I e II Epístola de S.
Clemente, Epístola de Inácio, Epístola de Policarpo, A Epístola de Hermas,
Evangelho segundo Tomé, História de Tiago, O Apocalipse de Pedro, Itinerário e Ensino
dos Apóstolos, Cartas de Barnabé, Atos de Paulo, O Apocalipse de Paulo,
Didascália de Clemente, Didascália de Inácio, Didascália de Policargo, Evangelho
segundo Barnabé, Evangelho segundo Mateus e Evangelho aos Hebreus.
Os
“Meio-Obscuros”
Além dos
apócrifos alistados acima, ainda existem alguns outros que diferimos destes por
uma razão
especial: eles já foram incorporados no cânon Sagrado, ou seja, faziam parte de
seu volume até que sua linhagem de escrita e conteúdo, diferentes dos demais,
forçaram sua saída de algumas versões da Bíblia Sagrada, permanecendo porém em
algumas outras. Atualmente essa diferença identifica duas das principais
versões da Bíblia na língua portuguesa: a evangélica e a católica romana. Segundo
os especialistas, a Igreja Romana, no Concílio de Trento, decidiu preservá-los
em suas Bíblias, com a finalidade de reagir à Reforma Protestante, achando
neles base para fundamentar doutrinas controvertidas e desamparadas pelos
outros livros, como a do purgatório, da oração pelos mortos, da salvação pelas
obras, etc…
Ao todo são 14
manuscritos: 10 livros e 4 acréscimos a livros. A
Bíblia evangélica rejeitou a todos,
enquanto que a versão católica manteve 7 livros e os 4 acréscimos.
Todos esses
apócrifos são do VT, a saber:
Os
Livros Aceitos: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão,
Eclesiástico, Baruque, I e II Macabeus;
Os Livros Rejeitados: III Esdras, IV Esdras e A Oração
de Manassés);
Os 4 Acréscimos: Ester ( a Ester 10:4-16:24), Cântico dos Três
Santos Filhos (a Daniel 3:24-90), História de Suzana (a Daniel cap. 13) e Bel e
o Dragão (a Daniel cap. 14).
Os
Manuscritos Antigos
Muitos
manuscritos chegaram até nós, poucos entretanto inteiros ou completos. Os mais
célebres compõem um grupo de documentos de diversas épocas, origens e copistas.
Nenhum dos rolos originais, ou seja, escritos pelos próprios autores, resistiu
até os nossos dias. Entretanto, alistamos as cópias mais importantes, também
antigas, para que os leitores tenham uma noção de como se apresentam os documentos
nos quais se firmam as nossas Bíblias atuais:
Manuscritos do AT em Hebraico
Nome
Origem Data Onde está hoje
Rolo de Isaías
Mar Morto 100 a. C. Israel
Códice Caraíta
Tiberíades 895 d. C. Sinagoga Caraíta do Cairo (Egito)
Códice do
Pentateuco 900 d. C. Museu Britânico (Inglaterra)
Códice
Petrogradiano Criméia 916 d. C. Biblioteca de Leningrado (Alemanha)
Códice Aleppo
Síria 930 d. C. Israel
Códice 19A
Cairo 1008 d. C. Biblioteca de Leningrado (Alemanha)
Manuscritos
do AT e do NT, em grego
Nome
Origem Data Onde está hoje
Códice
Vaticano 325 d. C. Biblioteca do Vaticano
Códice
Sinaítico Monte Sinai 340 d. C. Museu Britânico
Códice
Alexandrino Alexandria 425 d. C. Museu Britânico
Códice Efráemi
345 d. C. Museu do Louvre (Paris)
Códice Bezae
séc. VI Universidade Cambridge (Inglaterra)
O caminho pelo
qual esses manuscritos chegaram até a nossa época, varia desde achados em grutas até a
contrabandos e vendas entre nações, reis, nobres, plebeus e colecionadores. Destes
manuscritos, ao longo da história, surgiram cópias inumeráveis, as Sagradas
Escrituras sempre foram
objeto de desejo e de alento para a raça humana, e assim, ter uma cópia delas é
ansiedade de todo cristão até aos dias de hoje.
Dessas cópias
algumas sobreviveram até os nossos dias, algumas de datas longínguas, das quais
se originaram outras cópias que traduzidas para as diversas línguas do mundo,
sofreram atualizações idiomáticas, ortográficas e gramaticais ao longo do
tempo. Hoje em dia a Bíblia já conta com mais de1.700 versões em línguas
diferentes, embora se calcule que ainda existam perto de 1.000 idiomas que ainda
não possuem sua versão própria.